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Prótese auditiva pelo SUS?

No embalo do setembro azul voltado para a pessoa com deficiência auditiva trago para vocês um assunto que traz qualidade de vida a milhares de brasileiros diariamente, mas que nem todos realmente conhecem.

O som captado pelo microfone de alta sensibilidade é repassado através de estímulos elétricos a um microprocessador avançado que amplifica e seleciona as amplitudes desejadas de acordo com informações pré coletadas em um exame audiométrico. Estas informações são então transformadas em vibrações acústicas pelo receptor que envia o som já em seu estado final sistema auditivo do paciente. Tudo isso em questão de milésimos de segundos e num dispositivo com pouquíssimos centímetros de dimensão. Pois bem, acredite, por incrível que pareça, toda essa tecnologia digna de um filme futurista de James Cameron nada mais é que uma prótese auditiva. Dispositivo capaz de devolver com excelência a audição perdida por milhares de brasileiros atualmente. Mas nem sempre foi assim.

Com um histórico de surgimento datado ainda em meados do século XIX, com auxílio de descobertas de Graham Bell e Thomas Edison sobre o tratamento do som, o primeiro aparelho auditivo só veio a ser vendido em 1952, por aproximadamente U$ 230. De lá para cá com o avanço da tecnologia digital, as próteses auditivas se tornaram cada vez mais modernas e comuns no dia a dia de pessoas com alterações auditivas no Brasil e no mundo.

No Brasil, desde a implantação da PNASA (Política Nacional de Atenção Básica à Saúde Auditiva) em 2004 e aprimorada em 2012 pela Portaria 793 de 24 de abril é direito de todo cidadão brasileiro a obtenção de uma prótese auditiva. Mas ainda pouca gente sabe disso.

Como conseguir?

Talvez ludibriados pelos altos preços oferecidos no mercado privado (que variam de 8 a 16 mil reais) muitos não sabem que esses aparelhos são por direito garantidos a qualquer brasileiro que tenha sua necessidade comprovada através do processo de aquisição. E que processo seria esse? Bom, em Paracatu o trâmite se dá da seguinte maneira:

Inicialmente o usuário deverá procurar a UBS responsável pela cobertura do seu Bairro e realizar consulta médica de maneira a encaminhá-lo ao Especialista Otorrinolaringologista que avaliará a necessidade e solicitará as próteses auditivas. O processo deve ser levado então à JRRCPD (Junta Reguladora da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência) no período da manhã para encaminhamento e regulação do processo. Todas as avaliações seguintes acontecerão no CER II Patos de Minas que possui equipe completa voltada para o tratamento e produção da prótese auditiva. E a JRRCPD será a responsável por organizar e entrar em contato para essas etapas.

Quais os modelos oferecidos?

Esta é uma outra boa notícia! O Sus disponibiliza desde próteses mais simples a próteses mais completes dependendo do tipo necessário a cada caso. As próteses do Tipo A, não são programáveis, são monocanal e com menor número de controles disponíveis. As próteses do tipo B podem ser programáveis ou não, apresentam compressão WDRC mono ou multicanal e tem mais controles disponíveis. Já as do tipo C, são programáveis, apresentam compressão WDRC multicanal e tem muitos controles disponíveis.

Autor(a):

Thiago Martins

Fisioterapeuta responsável pelos atendimentos da

Junta Reguladora da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência